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“O futuro da Igreja e a Igreja do futuro"

Enquete para o ano do laicato

Para refletir… e pensar passos concretos e necessários avanços teológico-pastorais e bem trilharmos o caminho aberto pelo “Ano do Laicato”, que tal ler o texto abaixo, no qual o teólogo João Batista Libanio, em 2005, no marco dos 40 anos do término do Concílio Vaticano II, elenca entre as “tarefas incompletas” deixadas por este evento “a participação do leigo”, e responder a nossa enquete:

“Quanto à maior participação do leigo, teologicamente avançou-se. O Concílio firmou com clareza a verdade da igualdade fundamental de todos os membros do povo de Deus pelo Batismo. O Espírito Santo age em todos. O sensos fedei e o sensus fidelium garantem a confiança básica em todos os cristãos. No nível prático, não se criou um “estatuto jurídico” suficientemente consistente que garantisse ao leigo realmente o direito de participação no interior da Igreja até no exercício de ministérios, sem precisar depender do beneplácito das autoridades eclesiásticas. Falta-lhe um reconhecimento externo de que ele é também Igreja. A mídia, quando cita a posição da Igreja, praticamente identifica-a com a voz de alguém do clero e nunca de algum leigo representativo.

Em algumas Igrejas particulares, o caminho foi que as opções e prioridades pastorais, as decisões mais importantes para a vida da Igreja passassem a ser tomadas nas assembléias do povo de Deus, em que participam o bispo, padres, religiosos, religiosas e representantes das comunidades. A larga maioria são leigos e as votações são decisivas. Estrutura que existe na realidade, mas não encontrou ainda lugar na legislação oficial da Igreja. Depende, portanto, de iniciativas de Igrejas particulares, sujeitas às eventualidades das mudanças de seus bispos.

Na América Latina, no nível do discurso, a 4ª Conferência Geral do Episcopado em Santo Domingo (1992) estabeleceu, no capítulo sobre a Nova Evangelização, entre as urgências do momento presente: “Que todos os leigos sejam protagonistas da nova evangelização, da promoção humana e da cultura cristã. É necessária a constante promoção do laicato, livre de todo clericalismo e sem redução ao intra-eclesial”.(n. 97).

Em resumo, o futuro da Igreja e a Igreja do futuro dependerão da vitalidade da participação dos leigos.”

Fonte: LIBANIO, João Batista. Concílio Vaticano II. Em busca de uma primeira compreensão. São Paulo: Loyola, 2005, p.182.

Responda a nossa “Enquete para o Ano do Laicato“:

O que, concretamente na atual prática da Igreja, impede a plena participação dos cristãos leigos?

Em que a Igreja deve avançar para concretizar a cidadania eclesial dos cristãos leigos?